quinta-feira, 29 de abril de 2010

A febre nipo-chinesa que assola a Espanha (ou… sobre sushis genéricos)

Vale a dica.

Fonte: Achados

por Adriana Setti em 29/04/2010 às 10:48

Como distinguir um japa de um genérico? Siga os conselhos do site comerjapones.com (de onde reproduzi esta ilustração)

Nós, ocidentais, temos uma notória dificuldade em distinguir um ser humano de olhos puxados do outro. Os chineses recém chegados à Espanha sabem disso. E vêm fazendo desse mal entendido étnico o seu ganha pão.

Faz pouquíssimo tempo que os espanhóis descobriram que sushi – ou súshi, por aqui – é a melhor coisa do mundo. Mas se a comida japonesa já é cara em lugares como São Paulo, onde há um bom restaurante por esquina, imagine num país onde praticamente não se tem notícia de imigrantes de origem japonesa e, consequentemente, não há nenhuma tradição nessa complexa arte culinária?

Espertos como só eles, os chineses resolveram fazer as vezes de sushimen, acreditando que basta ter olhos puxados para que um bolinho de arroz e um pedaço de peixe se transformem em sushi.

Mais um detalhe típico da estética dos "japochinos" (foto reproduzida do site comerjapones.com)

Empregando o mesmo capricho dispensado a badulaques em geral, mão-de-obra semi-escrava, ingredientes duvidosos e alguns quimonos, eles deram um tapinha minimalista nos antigos Lestaulantes com Cheilo de Flitula e voilá: nasceram os restaurantes japoneses genéricos, já apelidados de “japochinos”, onde é possível comer até cair no chão por a partir de 8 euros.

Calma, calma. Eles não são de todo mal. Entre os milhares que surgiram nos últimos dois anos (hoje em dia há um em cada esquina, sem exagero), alguns se salvam e quebram um bom galho. É o caso do Hanagin e o novíssimo Sushi Zen (Carrer Villarroel, 220), este último bem acima do padrão. Mas para quem vem do Brasil, muitíssimo mal acostumado, recomendo a experiência apenas em caso de crises graves de abstinência.

Minha paixão por comida japonesa é tamanha, que acho que sushi é bom até quando é ruim. Mas se você não quiser correr o risco de comer gato por lebre, dê uma lida no hilário post do site Comer Japonés, sobre como identificar um japochino.

Ou vá direto a esses lugares (com o bolso preparado para desembolsar no mínimo 50 euros por pessoa):

Em Barcelona

Icho

Kibuka

Yamadori

Shunka

Em Madri

Kabuki Wellington (tem uma estrela Michelin!)

Miyama

Clique aqui para ler o dossiê de dicas de Barcelona

Siga este blog no Twitter: @drisetti

Nenhum comentário: