"Para iniciar este assunto polêmico, um parágrafo que vai me salvar em situações difíceis no futuro.
Se hospedar em Paris intra-muros já é uma vantagem imensa. Neste caso todos os bairros são bons e com o metrô a vida fica fácil. Sei que às vezes o turista se hospeda fora de Paris, nas cidades que se encontram após o Anel Periférico. Se esta escolha for ditada por questões econômicas, a solução é válida. Neste caso veja se o hotel se encontra perto de uma estação do metro parisiense. Certas linhas cruzam a fronteira da cidade e vão até as cidades vizinhas. Muita vezes não se trata de uma escolha e o turista se encontra do outro lado do periférico por falta de informações ou por informações incorretas. Uma regra fácil é verificar o código postal do endereço do hotel. Os ceps parisienses começam todos com o número 75.
Foto: Sérgio T Gonçalves
Eu não me hospedaria em Montmartre. Bairro romântico com ruelas e escadas, bares, restaurantes e discotecas. Bairro com personalidade forte e interessante. Mas não me hospedaria aí por duas razões. Quem a conhece sabe bem que esta área está afastada de todos os pontos turísticos. Que para pegar metro ou ônibus é necessário subir escadarias e contornar ruelas. Que o metrô Abesses não é fácil com seu elevador lento e sujo.
Quem o conhece sabe também que este bairro atrai uma população boêmia, jovens animados e divertidos mas também grupos sociais complicados. Sobretudo a parte mais turística do bairro, aquela que fica nas proximidades da igreja Sacre-Coeur. O turista brasileiro, já stressado com a violência do Brasil, pode se sentir ameaçado.
Eu evitaria também os limites da cidade. Estes hotéis que estão na divisa entre Paris, o periférico e as cidades vizinhas e que se encontram perto das Portas de Paris: Porte de Clichy, Porte de la Villette etc . Não que a situação seja perigosa, simplesmente porque estes endereços também estão afastados dos centros turísticos e estas regiões não são agradáveis. Estas áreas limítrofes tendem a serem apropriadas por aqueles que foram expulsos do centro. Quando ainda frequentava os escritórios de atendimento aos estrangeiros e fazia fila durante horas para pedir a permissão de residência no solo francês, me encontrava nestes espaços periféricos que escondem o que não deve ser visto.
Acho que com calma e muita pesquisa o turista pode encontrar um hotel mais central por preços equivalentes aos destes hotéis."
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