segunda-feira, 29 de junho de 2009

Promoções Aéreas: Tem Que Saber Procurar!

Li esse post no blog Aquela Passagem e achei legal reproduzir por aqui na íntegra:

A nossa mídia clássica é muito carente de pessoas entendidas de turismo e especialmente de passagens aéreas. Me assustei com matérias postadas na Folha de São Paulo e no G1, tendo como base uma nota da ANAC, que afirmavam que não houve redução das tarifas aéreas após início do fim das bandas aéreas em vôos internacionais. O leitor do Aquela Passagem, ao contrário, sabe que o número de promoções aumentaram e houve sim uma queda dos preços mínimos praticados nas tarifas internacionais. Exemplos dessa queda estão contidos neste post recentemente publicado aqui.

Mas algumas coisas devem ser esclarecidas aos menos entendidos desse mundo das passagens:

Primeiro: Promoções aéreas não são como promoções de supermercado! Não é porque existem uma tarifa promocional de 528 USD para Miami, por exemplo, que todas as passagens durante o período que envolve a promoção serão vendidas por esse preço. A lógica das tarifas aéreas é diferente. Em um mesmo vôo, vários passageiros terão pago valores diferentes (as vezes até 3 vezes mais que o outro) para voar muitas vezes sentados lado a lado. As tarifas aéreas iniciam-se num valor cheio (tarifa cheia ou Y na econômica, por exemplo) e sobre esse valor vão se aplicando descontos progressivos e ao mesmo tempo associando-se regras cada vez mais rígidas ou multas para alterações da passagem.

Cada cia determina quantos assentos de um vôo específico serão vendidos em cada tarifa e para isso leva em consideração uma série de fatores. Dessa forma, quem compra primeiro ou tolera um maior número de restrições paga menos, já que as tarifas mais em conta são as primeiras a sumir. As promoções são mais frequentes em períodos de cerca de 3 a 4 meses anteriores a data do vôo. Comprar com antecedência maior não garante um tarifa melhor (quem está disposto a pagar para garantir uma assento com tanta antecedência já é um consumidor garantido no entender da cia aérea) Portanto, não é porque você viu uma tarifa anunciada por “X” USD que você vai encontrar obrigatoriamente a mesma para venda a qualquer momento durante a validade da promoção. Quanto mais próximo da data do vôo, menores as chance de conseguir uma tarifa com maiores descontos.

Para quem acompanha as passagens, fica claro que as mesmas nunca tiveram preços próximos aos mínimos permitidos pela ANAC no passado recente e que em 2008 vimos um aumento das tarifas por causa do preço do petróleo. O G1 e a Folha, em suas matérias, cometeram esses erros de busca e de interpretação na hora de fazerem suas pesquisas! Se fosse fácil achar as tarifas superpromocionais não existira um blog como o Aquela Passagem ensinando como pescar essas tarifas ou bons agentes de turismo que domiman os GDS oferecendo as mesmas aos seus clientes deixando outros agentes de turismo menos capazes a ver navios.

Segundo: Promoção antes de tudo é um tipo de propaganda, aqui no Brasil ou no exterior. As tarifas médias vendidas nunca serão próximas desses valores promocionais ou valore mínimos permitidos pela ANAC. As cias aéreas vivem de vender passagens aéreas e o público que sustenta a maior parte delas é formado pelos viajantes a negócios que precisam de maior flexibilidade nas suas passagens (mudanças de datas, horários, endosso…) e pagam mais caro por isso (muitas vezes por comprar passagens em cima da hora). A ANAC pode permitir desconto de 100% sobre a tarifa cheia que não vai fazer com que essas tarifas mais flexíveis e que realmente sustentam as cias caiam. Somente a concorrência pode fazer isso! Ficar vendendo ao consumidor que a liberação dos descontos sobre a tarifa cheia (queda das bandas) vão causar um imediata e generalizada queda de preços das tarifas é induzir o leitor ao erro e vender gato por lebre. Isso não ocorre em lugar nenhum do mundo. Não é a permissão de desconto que faz os preços caírem e sim a regra da oferta e demanda.

As tarifas aéreas são muito voláteis, por isso não fique aguardando muito para comprar ao encontar uma boa tarifa! Pode ser quer ela não esteja mais disponível para venda ou que os assentos tenham se esgotado ao voltar depois!

Só para ilustrar as tarifas que o G1 e a Folha não encontraram, fiz umas buscas rápidas (achar uma boa tarifa pode tomar um bom tempo e os horários que ando tendo livres não são muito propícios para isso) e salvei alguns print screens (essas tarifas pesquisadas no ITA já incluem as taxas!). Clique na rota para visualizar o print screen. Os preços estão em reais e são para voar em agosto de 2009. Vale ressaltar que nenhum dos dois veículos fizeram buscas por tarifas para Miami, destino que apresentou a maior queda de preços por possui alta concorrência…

São Paulo/Miami por 1332 na Tam e 1421 reais na Continental.

São Paulo/Nova Iorque por 1421 na Continental e 1449 reais na Delta.

São Paulo/Frankfurt por 1900 reais na Tam.

São Paulo/Istambul por 1842 reais na Turkish.

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