segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Intercâmbio na 3ª idade

Segue na íntegra a matéria produzida pelo Jornal potiguar Diário de Natal:

Terceira idade // É sempre tempo de viajar e aprender
Idosos potiguares conhecem novas culturas e idiomas através de programas de intercâmbio
Erta Souza // ertasouza.rn@diariosassociados.com.br

Ao contrário do que muita gente pensa, fazer intercâmbio em outro país para aprender uma nova língua não é um privilégio somente para adolescentes. Como os idosos estão cada vez mais ativos e independentes, é fácil encontrá-los matriculados em cursos de idiomas no exterior dividindo salas de aula de universidades com dezenas de jovens. E não se sentem "diferentes" por causa da idade. Os idosos geralmente pedem para ser inseridos em turmas mais jovens.


A professora aposentada Zélia Rocha fez um curso de inglês de dois meses no Canadá Foto: Ana Amaral/DN/D.A Press
A idade mínima exigida pelas universidades é 18 anos. Do total de alunos encaminhados pela Cia do Intercâmbio para outros países, cerca de 5% são idosos. "Não existe uma época em que haja uma maior procura, sempre temos idosos interessados em participar dessa nova experiência. Eles estão descobrindo o intercâmbio acompanhados de jovens e isso é muito bom para a auto-estima", avalia a diretora da Cia do Intercâmbio, Christiane Alecrim.

Especializada em intercâmbio cultural e cursos no exterior, a empresa vem registrando uma crescente procura dos idosos por cursos de idomas como inglês, espanhol e italiano. Em 2007 a professora de História aposentada Zélia Vieira Rocha, 63 anos, decidiu embarcar numa viagem de dois meses ao Canadá e durante esse tempo aproveitou para aprender inglês em uma universidade na cidade de Hamilton, perto de Toronto.

Zélia decidiu embarcar na aventura porque como gosta de viajar, sentia necessidade de aproveitar as viagens em sua totalidade. "Sempre gostei de viajar. Conheço vários países, mas agora, depois que aprendi inglês, minhas viagens são bem mais proveitosas", disse. A professora já planeja passar o réveillon em Londres, Inglaterra.

Londres

A gaúcha Vera Sosia Gallo, 62, mora em Búzios - praia do Litoral Sul do Rio Grande do Norte - há 18 anos. Aposentada como engenheira civil, ela disse que decidiu viajar depois que os três filhos estavam independentes. "Resolvi fazer um curso de inglês antes de viajar porque tentava ler manuais de instruções de equipamentos eletrônicos ou até mesmo etiqueta de roupas, mas estavam escritos em inglês e era impossível entender. Na verdade apenas quis facilitar o meu dia a dia", conta.

Após estudar inglês durante dois anos, Vera resolveu aprimorar o idioma em Londres. "Quando viajei já tinha três netos, mas minha família me deu total apoio. Foi muito legal. Viajei com uma turma e me diverti bastante. Apesar de ter ficado hospedada na casa de uma família que não falava uma palavra em português. Por isso, tive que aprender a virar. Fiz um diário e guardo todas as recordações", lembra.

Incentivo dos filhos

Vera já planeja a próxima viagem para o início do próximo ano. "Pretendo ir à Grécia em 2010. E meus filhos me dão a maior força. Me incentivam muito porque sabem que antes eu não podia viajar porque tinha que cuidar deles. Hoje em dia os idosos têm muitas oportunidades só não aproveita mesmo quem não quer", declara.

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