quinta-feira, 14 de maio de 2009

Veneza barata

Fonte: Blog Saia pelo mundo

A gente sempre faz contas e mais contas antes de viajar à Europa, com toda a disparidade que sempre existiu (às vezes mais, às vezes menos) entre o real e o euro. Então poucas surpresas são mais gratas a um viajante brazuca em terras européias que descobrir que um lugar ficou, de repente... mais barato!

Foi exatamente essa minha surpresa ao desembarcar em Veneza nesse final de semana. Eu já conhecia a cidade de outros carnavais (não literalmente, infelizmente); e sempre me pareceu, nas viagens anteriores à Itália, o destino mais caro. Pois dessa vez, depois de quase um mês na Toscana, Veneza me pareceu linda como sempre e... barata como nunca!

Estava um lindíssimo dia de primavera; fazia frio, mas o sol forte presente amenizou consideravelmente a sensação. Resolvi, pela primeira vez, fazer todo o percurso pela cidade a pé, sem o vaporetto – uma economia de 16 euros por dia. Quer saber? Adorei! Andar em Veneza é mesmo um prazer imenso, isso eu já sabia. Mas, sem o bilhete do vaporetto, sobrou mais tempo ainda para isso: nada de filas à espera dos barcos (que estavam imensas por sinal, com a cidade lotada, já que era um final de semana de feriado nacional italiano), sem falar no prazer de me enfiar a cada hora numa ruela diferente da cidade, cruzando inúmeras pontes aqui e ali, chegando aos bairros mais autênticos da cidade - como Dorsoduro, em que pouquíssimos turistas (infelizmente) se aventuram.

No restante – compras e alimentação – a cidade estava mais barata que Florença. Para quem quisesse um lanche, sanduíches e pizzas por pedaço a partir de 1,50 cada. Para uma refeição rápida, de prato único, diversos lugares ofereciam massas a partir de 3,90 euro; quem preferisse o menu do dia, era possível ter primeiro e segundo pratos, salada e uma taça de vinho por valores fixos entre 14 e 20 euros na maioria das trattorias. Na hora da sobremesa, sorvetes deliciosos entre 0,90 e 2,00 euros (com direito a duas bolas no valor mais caro). Para compras, então... máscaras venezianas a partir de dois euros, cristais de murano também, camisetas a partir de cinco, chaveiros lindos em metal por 1,50, mini gôndolas impecáveis por 3... Reconheci diversos objetos iguais aos que comprei na minha última visita à cidade, em 2005, por preços bem mais legais. Até algumas das lojinhas na ponte de Rialto, tradicionalmente caras, estavam fazendo promoções.

E, como ninguém é de ferro, as bebidas alcoólicas também estavam a preços bem interessantes venezianamente falando: nos bares e restaurantes, taças de vinho por volta de dois euros cada; os tradicionalíssimos spritz entre 1,50 e 2,50 cada; bellinis a 2,50. Para quem tivesse levado seu lanchinho de casa para fazer picnic (tendência generalizada na Europa), inúmeras lojas e barracas vendiam vinhos, bellinis e rossinis em garrafinhas de 250ml entre 1,50 e 2,50 cada. Até os cafés anunciavam promoções para espressos e capuccinos.

Dizem que a crise econômica assustou os europeus que, mesmo não deixando de viajar por causa dela, diminuíram drasticamente seus gastos com supérfluos; para não ter prejuízo, os estabelecimentos resolveram baixar consideravelmente seus preços e continuar atraindo a clientela. Até hotéis e B&B, tradicionalmente caríssimos na Itália toda, também estão revendo seus conceitos. E, assim, todos, turistas e comerciantes, estavam felizes da vida. Do jeitinho que eu voltei de Veneza.

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