sexta-feira, 29 de maio de 2009

Carro na Europa: as dicas do André Lot

Fonte: Viaje na viagem

O André Lot escreveu um supercomentário no “post do Reginaldo Leme” , recheado de dicas quentes para quem quer viajar de carro pela Europa. Transcrevo na íntegra.



Em relação à definição de “roteiros” para viajar de carro, vou dar algumas opiniões (detalhe: eu adoro viajar de carro, e minha tendência de trocar o trem de alta velocidade pela autoestrada também é alta, tempo permitindo).

1. GPS. Sim, ele é uma mão na roda para mostrar o caminho de saída de determinada cidade ou para identificar a conversão exata em uma estradinha rural não sinalizada. Todavia, não esqueça do bom e velho ATLAS RODOVIÁRIO (os melhores na Europa sao os da série Michelin). Eles mostram com uma riqueza de detalhes as tais rotas panorâmicas, as estradas que por si só são bonitas o suficiente para justificar o desvio. Aí, você programa o GPS para esses roteiros, ao invés de digitar Hotel X na cidade Y - o que quase sempre te dará um roteiro em autoestradas para dirigir a 130 km/h. Se possível, alugue um GPS que funcione também como mapa, não apenas aquele em que você digita o endereço e ele mostra esqueminhas do tipo vire à esquerda, siga em frente.

2. Sinais de trânsito básicos na Europa. Existe um conjunto básico de sinais que são usados em toda a União Europeia e que vale a pena conhecer. O site http://www.ideamerge.com/motoeuropa/roadsigns/ é meio desatualizado no restante, mas se vc descer a navegação terá a lista dos sinais de trânsito. As principais diferenças do Brasil dize, respeito ao sinal de “proibido transitar”, que é um círculo com borda vermelha e fundo branco (e aí se a proibição for só para caminhões, por exemplo, será um círculo de borda vermelha, fundo branco e um caminhãozinho); “proibido ultrapassar”, que é o mesmo círculo com um carro vermelho e outro preto; direção proibida, que é um círculo todo vermelho com uma linha branca central, e os sinais de conversão, que ao invés de mostrarem o que é proibido, mostram o que é permitido e são postos em fundo azul. Enfim, tem outros detalhes fáceis de aprender em um mini-curso de sinais de trânsito de meia-hora mas não dá pra colocar aqui.

3. Estacionamento. A principal fonte de perrengues para motoristas desavisados. Exceto em cidades pequenas e no campo propriamente dito, presuma que estacionar na rua sem pagar ou ter uma autorização é proibido: procure um parquímetro (você coloca moedas e sai um ticket com a hora até a qual você está autorizado a ficar), ou um estacionamento pago com aquelas placas P em sinal quadrado com fundo azul. Não custa horrores, e você fica tranquilo.

4. Estradas panorâmicas e “mountais passes”. Comentei em cima sobre os atlas que põe um destaque nas estadas cuja paisagem por si só é atrativa. Valem realmente a pena os desvios, pois a “faixa de domínio” aqui é muito bem cuidada, nada de lixo, caçambas e mato alto. Em algum casos, a faixa de domínio é inexistente porque tem um paredão de rochas de um lado e um abismo do outro. Mas tudo é bem sinalizado. Os “mountais passes” são os pontos mais alto de estradas que cortam cadeias de montanhas, em geral precedidos e sucedidos por longas séries de curvas. Se o estômago vai bem (falo de até 42 curvas para subir e 35 para descer como fiz semana passada indo pra Cortina d’Ampezzo aqui na Italia), as paisagens são in-crí-veis, mas reserve tempo para isso e, claro, não se meta a subir uma estrada a 2.700m no inverno (os bons atlas indicam em que meses do ano essas estradas mais altas fecham).

5. Paradas gastronômicas, museus inesperados, cidades (in)comuns. O mais legal de ficar viajando de carro é exatamente a flexibilidade de descobrir lugares que ficam fora das principais dicas turísticas porque são afastados, remotos, difíceis ou impossíveis de chegar com transporte público ou simplesmente tratados como ‘comuns’. Você pode dar de cara com uma vilinha medieval que nào imaginava existir, um museu sobre aquele tópico que te fascina, um campo de girassóis ultrafotogênico ou uma igreja barroca que recebe visitantes quase toda para você. Além disso, quem aprecia a “culinária local do dia a dia” tem uma chance única de apreciar pratos e guloseimas locais.

6. Separe claramente os trechos “a conhecer” dos trechos “a percorrer”. Se a viagem tem distâncias longar a percorrer, faça uma distinção entre os dias/locais em que vai usar bastaaante tempo para conhecer paisagens locais e outras coisas, dos trechos em que você vai simplesmente “se deslocar”. Nesses últimos, escolha as auto-estradas e vá em frente. A idéia de “oba, estamos passando por Bordeaux, vamos entrar pra ficar meia hora e ver como é” não funciona e estressa.

7. Hotéis estrategicamente posicionados. Se você vai explorar uma região por vários dias e quer economizar, escolha hotéis que tirem o melhor proveito da sua “motorização”: na estrada ou com fácil acesso às rodovias. No Brasil, qualquer hotel 2 estrelas tem um pátio ou um matagal onde você pode estacionar seu carro, aqui na Europa hotéis em centros históricos simplesmente não tem nada. Então, aproveite que você está de carro e pague BEM menos em um desses hotéis de estrada se, que não tem tanto charme, te colocam na posição ideal para explorar os lugares.

8. Carro a diesel. É um detalhe, mas com exceção da Suíça, o diesel é muito mais econômico de ser usado em todos os outros países da Europa e, como não existe no Brasil carro de passeio a diesel, quase sempre associamos a pergunta do atendente da locadora “prefere diesel” com a oferta de uma caminhonete ou algo grande.

9. Reserve com inteligência e descole upgrades em locadoras. Para aluguéis de curto período (menos de 10 dias), fuja da agência de turismo e faça você mesmo o serviço de casa. A Europcar (.com / .it / .fr /.nl) é uma das mais competitivas e tem uma rede de atendimento legal. A AutoEurope oferece preços excelente e pré-pagos e, o que é mais legal, sempre tem promoções que incluem isenção de franquia ou, no caso de Itália, França e Alemanha, ausência de tarifas para vc pegar o carro em uma cidade e devolver em outra NO MESMO país. De qualquer forma, fica a dica: ao reservar, pule a primeira ou segunda categoria de minicar ou econômicos e reserve uma logo acima. A diferença em euros é pouca, mas o fato é que a maioria dos escritórios dessas agências não tem tanta variedade de carros assim (ao contrário dos EUA), então é provável que te ofereçam um upgrade sem cobranças a mais se você reservar uma categoria no meio entre os carrinhos e os full-sedans ou “carros de família”.

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